SECRETARIA MUNICIPAL DE
EDUCAÇÃO – SEMED
PROGRAMA DE ACELERAÇÃO E
CORREÇÃO DE FLUXO
DISCIPLINA REDAÇÃO
Leitura e
produção de lendas urbanas
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sobre leitura e produção de texto
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Objetivos
- Aumentar o repertório de lendas conhecidas.
- Aprimorar a escrita e identificar características das modalidades oral e
escrita.
Conteúdos
- Lendas urbanas.
- Leitura e produção de texto.
Anos
7º.
Tempo estimado
4 aulas.
Material necessário
- Computadores com acesso à internet ou cópias de lendas urbanas para
distribuir para os alunos, como Vovó Maria e A Loira do Banheiro,
de Heloisa Prieto e O Homem do Saco, de Ana
Cláudia Ramos.
- Gravador ou celular que possua a função de gravação.
Desenvolvimento
1ª etapa
Estude o subgênero em detalhes para conhecê-lo e poder trabalhar com os alunos.
Algumas leituras podem ajudar na reflexão. São elas:
- Lendas urbanas, Jorge Tadeu, Ed. Planeta do Brasil.
- Introdução à literatura fantástica, de Tzvetan Todorov, Ed. Perspectiva.
- Em Busca do Gênero
Lenda Urbana, artigo de
Carlos Renato Lopes, do Departamento de Letras da Universidade Federal de São
Paulo (Unifesp)
- Lendas urbanas da Loira do banheiro e Vovó Maria, de Heloisa Prieto, e do
Homem do Saco, de Anna Claudia Ramos disponíveis no site de Nova Escola.
2ª etapa
Questione quais lendas urbanas os alunos conhecem e peça como tarefa de casa
que conversem com os pais, os avós ou conhecidos mais velhos sobre quais lendas
do repertório popular assombrava-os quando crianças. Se possível, peça para que
eles utilizem um gravador ou mesmo o celular para gravar a narrativa.
3ª etapa
Organize um momento de socialização para que os estudantes contem o que
descobriram. É possível que eles narrem indistintamente lendas folclóricas
(Boitatá, Mula-sem-cabeça, Saci-Pererê, etc.) e lendas urbanas (Loira do
Banheiro, Homem do Saco, Gangue do Palhaço, A brincadeira do copo, Mensagem
secreta no navegador, Amor de mãe, etc.). Alguns podem também apresentar até
contos (Barba Azul, Chapeuzinho Vermelho, Três porquinhos, etc.).
Oriente a
exposição:
- Pontue oralmente o que difere
as lendas dos contos (observe que as lendas costumam ser mais breves que os
contos, seu enredo é mais simples e há menos personagens). Depois, diferencie
as lendas folclóricas das urbanas (destaque que as primeiras são histórias mais
antigas, enquanto as urbanas exploram aspectos inusitados da vida cotidiana que
supostamente aconteceram recentemente).
- Quem contou a história. Procure saber não apenas quem narrou a lenda para o
aluno, mas também quem a contou ao seu familiar ou conhecido, destacando que
essas histórias geralmente não são retiradas de livros, mas fazem parte de um
repertório da cultura oral.
- Qual é a personagem principal e
como é caracterizada (física e psicologicamente). Enfatize que as lendas
costumam ter poucas personagens - a história centra-se no que acontece à vítima
ou no que faz o malfeitor, ou ainda na ameaça que determinado objeto
representa.
- Se mais de um aluno apresentar diferentes versões para a mesma lenda
aproveite a oportunidade para comentar que essa é uma das características que
faz parte do gênero, enfatizando que pequenas alterações são próprias das
histórias transmitidas oralmente.
- Em que lugar se passa a lenda. É provável que alguns deles contem, inclusive,
que viram ou conheceram alguém que passou por determinada experiência, sem
contar o fato de os seus temores serem atuais (medo de assalto, sequestro,
trapaça, etc.).
- As reações que a lenda provocava em quem ouve. Questione se os alunos têm
medo ou se acreditam nas lendas folclóricas e urbanas.
4ª etapa
Convide a turma a diferenciar aspectos da linguagem oral e escrita. Peça que os
alunos transcrevam o áudio com a lenda de forma literal, ou seja, registre as
marcas da oralidade, como pausas, repetições, termos coloquiais etc. Em
seguida, sinalize que há diferenças entre falar e escrever, como o uso da
entonação, ritmo, postura e gestos que complementam o que é dito. Porém, em um
texto escrito é necessário substituir essas marcas com recursos gráficos para que
sejamos igualmente bem compreendidos. Tal exercício permite que se evidencie o
processo pelo qual todos devemos passar ao transpormos de uma modalidade a
outra o nosso pensamento. Solicite à classe que aponte os trechos marcadamente
presentes na linguagem oral e circule-os no texto. Você também pode
sistematizar essas características em uma tabela ao lado do texto.
5ª etapa
É hora de ampliar o repertório da turma. Entregue para as crianças cópias de
algumas lendas urbanas, como as versões de Heloisa Prieto de Vovó Maria e A Loira do Banheiro. Oriente que
pesquisem em bibliotecas outros textos. É possível encontrar versões online,
mas para solicitar uma pesquisa na internet, selecione previamente os sites que
têm bons materiais e sugira como referência para os alunos. Organize um roteiro
para guiar a leitura e orientar a turma a fim de que constatem que as lendas urbanas
costumam desenvolver-se ao redor de uma única personagem ou de um pequeno grupo
de personagens, abordam temas ligados à violência urbana, exploram nomes,
lugares e marcas conhecidos etc.
6ª etapa
Proponha que eles editem os textos que foram transcritos na etapa anterior.
Depois de os alunos realizarem uma leitura individual e silenciosa, peça que
observem as expressões e maneiras de falar próprias da tradição oral,
sinalizando-as no texto e que reescrevam a lenda adequando a linguagem.
Explique que a primeira coisa a fazer para garantir a coesão é eliminar as
repetições, hesitações ("é...", "hum..." etc.) e conceitos
redundantes. Em seguida, peça que façam as modificações necessárias no que se
refere à pontuação e à ordenação dos parágrafos. Frise que são necessários
ajustes para uma transposição que garanta clareza e resgate o mesmo senso de
humor, assombro ou terror que a versão oral trazia. Ressalte a importância do
processo de revisão, em especial para que observem se não há problemas de concordância
verbal e nominal e se é preciso substituir algumas palavras por outras mais
precisas.
7ª etapa
Recolha as produções para analisá-las. Selecione algumas para serem discutidas
com todos – para elegê-las, selecione aquela que represente as dificuldades
mais recorrentes apresentadas pela maioria da turma, principalmente as que
preservam equivocadamente as marcas de oralidade, omitindo o nome dos autores,
para discutir com a classe.
Avaliação
Com as atividades de produção e revisão de texto, verifique se os alunos fazem
a transposição da lenda para a linguagem escrita, distinguindo as marcas de
oralidade da escrita formal e, durante o processo de elaboração do quadro
comparativo.